
Conhecemos o artista popular indie Adam Wendler em sua atual turnê internacional e lhe pedimos para compartilhar sua experiência e anedotas como artista na estrada.
Entrevista
1/ Você poderia se apresentar e falar sobre o seu projeto?
Sou Adam Wendler, um artista indie folk-pop nascido e criado no Canadá. Comecei tocando com uma banda na minha cidade natal e, desde então, sigo carreira solo. Lancei um EP e um álbum completo, e atualmente estou no processo de gravação de mais um.
2/ Qual foi o seu melhor e pior momento como artista na estrada?
Os melhores momentos na estrada são quando tudo corre bem — pouco trânsito, chegada no horário, nenhum problema com o carro ou atrasos, e já ter um lugar decente para dormir planejado. Também adoro quando toco em um lugar novo e vejo as pessoas curtindo de verdade minhas músicas, cantando ou dançando junto. Isso faz todo o esforço valer a pena.
Os piores momentos geralmente são quando tudo parece estar dando errado. Quando há problemas com o veículo, muito trânsito inesperado ou questões técnicas no local do show... Também já passei algumas noites dormindo em um carro frio por não ter onde ficar. Ainda assim, mesmo esses momentos têm seu lado divertido.
3/ O quanto suas viagens influenciam na hora de compor músicas?
Geralmente, estou sempre tentando escrever sempre que tenho um tempo livre, seja na estrada ou em casa.
Mas, normalmente, minhas melhores composições surgem quando tenho um tempo tranquilo. Viajar, com certeza, me traz muita inspiração, e ter um estilo de vida sem uma rotina fixa parece ajudar muito no processo criativo. Às vezes, tenho uma ideia enquanto estou dirigindo para uma nova cidade, anoto, e vou desenvolvendo quando encontro um momento calmo. Faço a maior parte das minhas gravações perto da minha cidade natal no Canadá, então costumo escrever onde quer que eu esteja e voltar para casa para gravar.
4/ Quanto você planeja com antecedência e quanto deixa para a improvisação durante as viagens e turnês?
Minha empresária geralmente começa a agendar as turnês com pelo menos alguns meses de antecedência — quanto antes, melhor. No entanto, percebemos que muitos lugares no Canadá só fecham shows um ou dois meses antes, enquanto os locais na Alemanha costumam agendar com mais antecedência. De qualquer forma, o ideal é começar a se organizar o quanto antes.
Tentamos planejar o máximo possível em termos logísticos, mas estamos sempre abertos a shows espontâneos, entrevistas ou sessões de gravação quando temos dias livres.
5/ Quais são os desafios e as recompensas de ser um artista na estrada?
Sempre há alguns desafios, incluindo os financeiros, logísticos e promocionais.
É importante ter uma ideia geral da renda que virá da turnê, para garantir que os custos sejam cobertos e, se possível, gerar uma renda extra para investir no próximo projeto.
Também pode ser difícil planejar uma turnê perfeita em que possamos ir de cidade em cidade sem ter que refazer caminhos. Às vezes, há problemas com o veículo que precisam ser resolvidos.
Outro ponto é garantir que cada local em que toco tenha um bom público. No geral, quanto mais eu viajo e toco, melhor isso vai ficando.
Ser um artista na estrada definitivamente traz muitas recompensas. É sempre divertido e você conhece pessoas incríveis por onde passa. Eu amo viajar, então é a forma ideal de explorar novos lugares. Mas, acima de tudo, o que mais gosto é ver as pessoas se divertindo e curtindo minha música.
6/ Você deixou sua antiga banda para seguir carreira solo. Quais são os prós e contras das duas formas de fazer turnê?
Uma das maiores vantagens é que é muito mais fácil organizar tudo com uma pessoa só do que com uma banda inteira. Se eu digo para minha empresária que estou disponível para tocar o máximo de shows possível num determinado período, ela agenda tudo sem precisar confirmar comigo. E, quando sou só eu, é mais fácil encontrar hospedagem e decidir o que comer.
O principal contra de estar sozinho é não ter uma banda para tocar junto no palco. Existe uma energia muito boa quando músicos com química tocam juntos. Normalmente, eu consigo criar essa energia sozinho, mas às vezes leva um pouco mais de tempo para entrar no ritmo. E, claro, é sempre divertido viajar com amigos.
7/ Que conselhos você daria para artistas que querem seguir um caminho como o seu, na estrada?
Acho inteligente começar tocando em uma área pequena. Tente manter as distâncias curtas no início para reduzir custos e ganhar confiança no palco. Também faz sentido focar em lugares que você consiga encher. É melhor tocar em um local pequeno e lotado do que em um grande pela metade. Conforme você ganha experiência, pode começar a viajar mais longe e tocar para públicos maiores. Quanto mais shows você faz, melhor você fica.
No geral, acho importante não criar expectativas muito altas e simplesmente curtir a experiência. Nem todo show vai ter fãs gritando, mas o importante é aproveitar o momento e tirar algo bom de cada situação.